Apresentação do Tema

 O Projeto de Lei n.º 4.229/2019 representa importante avanço para enfrentamento da questão, vez que, com amparo nos princípios da afetividade e da solidariedade familiar, assim como no modelo de proteção integral, permitirá, se aprovado, que os idosos busquem no Judiciário uma indenização pelos danos sofridos, quando violados direitos personalíssimos como a integridade moral, física e psíquica, a imagem e a intimidade.  É de suma importância que a cultura errada e desumana de enxergar o idoso como um inválido, que não tem mais condições de gerar riquezas, dada a sua fragilidade física e emocional, seja superada.

  Os mais velhos, em outras civilizações, eram vistos como exemplos de sabedoria.
 Nesse sentido, é válido lembrar os ensinamentos deixados pelo papa João Paulo II que enfatizou que os idosos ajudam a contemplar os acontecimentos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes os tornaram mais experimentados e amadurecidos. Eles são guardiães da memória coletiva e, por isso, intérpretes privilegiados daquele conjunto de ideais e valores humanos que mantêm e guiam a convivência social. Excluí-los é como rejeitar o passado, onde penetram as raízes do presente, em nome de uma modernidade sem memória. Os anciãos, graças à sua experiência amadurecida, são capazes de oferecer aos jovens conselhos e ensinamentos preciosos.
Portanto, é preciso valorizar a figura do idoso, trazendo à tona o debate acerca do abandono afetivo, de modo a persuadir toda a sociedade no sentido de que é próprio de uma civilização plenamente humana respeitar e amar os idosos, para que estes se sintam, apesar da diminuição das forças, parte viva da sociedade. (Juliana Gallicchio)